Quatro elementos que eu canto, por ser campo em seus mandados,
Vão na essência do campeiro que já nasceu bem montado!...
São ferramentas de campo, grotesco aparelhamento...
– Nos três países da pampa: Gaúcho em quatro elementos!
O laço que, a bate-cola, é brisa mansa em ternura:
Se arma, altivo, em ventanias, pra ser rei pelas alturas!...
– Couro e perícia na trança, história e força nos tentos,
A argola voa e assovia fazendo dueto com o vento!
A faca é sanga prateada que faz verter a sangria:
Reflete a lua na folha, espelho d’água e magia!...
– Água que corta o destino, assim cristalina e pura,
Matando a sede dos tempos, aquerenciada à cintura!
As esporas cantadeiras, tal fossem clarins de guerra:
São estrelas que preferem ficar aqui pela terra!...
– Enraizaram seu brilho onde termina o garrão...
...E mostram a cor da terra, erguendo a poeira do chão!
O mango é feito de couro, sovado como uma seda,
Mas, quando empresta um laçaço, levanta até labareda!...
– Tem cisma de fogo grande quando se ergue entonado:
Queima em brasa de espinilho quando não solicitado!
...Cada qual ante sua sina de ser querência e mais nada:
Nas voltas da lida bruta seguem topando a parada!...
Faca é água, espora é terra... mango é fogo, o laço é vento...
– Nos três países da pampa: Gaúcho em quatro elementos!!!